terça-feira, 3 de junho de 2014

Medos da Alma

Entre passos milimetricamente traçados,
Segundos contados,
Trajetos medidos,
Eu, deslocada.

Te chamo pro meu mundo,
Abro a porta do inseguro infinito do meu ser.

Você senta na entrada e me olha com aquele sorriso tímido.
A voz rouca me conta os medos,
Diz que ser estranho é normal,
Que vai dar um passo a frente e dez pra trás.
Repete tudo aquilo, pra deixar claro o quanto você se basta,
E que seu mundo te transborda.
Que você tem prioridades que ainda nem descobriu quais são,
Mas que vai inventá-las só pra que eu não me iluda a cada sorriso seu.
Que todas essas afinidades são coisas do acaso,
E eu faço parte das pessoas ótimas que você teve a sorte de esbarrar por aí.

Eu já ouvi isso tudo antes.

Enquanto você repete, eu lembro das tantas risadas daquela noite.
É a cena que sempre me vem a cabeça ao pensar que,
a distância do corpo é tão irrelevante, quando lidamos com medos da alma.


2 comentários:

  1. Coisa mais linda de se ler.... Beijos!!!

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  2. ca-ra-lho! ficou sensacional!!!!!!!!
    puta merda, best, achei lindo demais.
    muito bom mesmo. super sensível e sofrido.
    adorei a escolha de palavras.
    arrasou!

    (só pago pau quando eu REALMENTE gosto. esse mereceu.)
    um beijo

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