quinta-feira, 23 de maio de 2013

Eu nem vi...

Eu nem vi você chegar,
O sóbrio do embriagado que eu fui aquela madrugada,
me fez ver que quando juntos, saímos de nós, somos a verdade crua,
deixando nua.

Eu nem vi você ficar,
Não sei se pela troca de toques,
Pelo presente, passado errado e constante,
Ou por tudo não falado, que faz os dias passados, voltarem em expectativas.

Agora, eu não quero ver você ir,
Não sei se pelo calor protetor que insiste ficar, mesmo na distância,
Pelo olhar que me prende, paralisa, e me tira o ar,
Ou pelo simples fato, de não imaginar, você não estar.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Presente

Um dia, de repente, acordarei sem a dúvida alheia.
A certeza da saudade firmada, estará ao meu dispor.

Não pedirei abrigo forçado,
Eu quero o natural,
A necessidade ao acordar,
E de novo, o abraço a beira mar.

Eu faço dessa expectativa, morada do querer,
Da pedra aportada ao peito, impulso pra conquista.

Sem necessidade de subir bem mais que posso,
Eu me faço presente.
No presente.
De presente.



quinta-feira, 9 de maio de 2013

Olhares

Dizem que olhar nos olhos durante uma conversa é questão de educação.
Eu tenho mania de trocar olhares.
Preciso olhar nos olhos o tempo todo em qualquer tipo de contato.
Tanto para a aprovação quanto para reprovação, você me entenderá de imediato pelo olhar.
O melhor, é quando encontro alguém com essas mesmas características,
Que não se contenta em sentar ali, na janela dos olhos.
Entra casa adentro, percorre e bagunça tudo ali, em segundos.
Não existe visita melhor.
Entre, sente, fique à vontade.
É muito difícil isso acontecer, por isso, deixo o lar aberto ao seu bem estar...E ao meu deleite.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Ontem

Da primeira vez,
No lugar mais alto,
Da mais bela paisagem.
Com a falta de sobriedade,
O excesso de vontade,
Sem controle da razão.

Ao último adeus apressado,
disfarçando a saudade,
mascarando o apego,
que de tanto medo de ficar,
Invade.


Signo de Fogo

Eu não nasci pra me conter.
Aqui é tudo aberto, escancarado.
Chamou eu vou,
Convidou eu aceito.
Eu morro de medo de altura,
Mas se você segurar minha mão, eu pulo,
quantas vezes forem necessárias.
E se por acaso eu me machucar,
eu nunca te culparei.
Eu confio demais,
Eu gosto demais,
Eu sonho demais.
Signo de fogo,
fique por perto e você estará sempre aquecido.
O risco de eu mesma me queimar é sempre maior.
Mas, aqui a cicatrização é rápida, quase instantânea.
Eu não posso perder tempo,
o mundo tá todo aí,
olhando pra mim,
precisando de calor.

Cheiro da Gente

Toda a vez que ela abria a porta do quarto sentia o cheiro,
Aquele cheiro.
Não era perfume, sabe?
É cheiro.
Cheiro da pele, cheiro de gente, 
Cheiro da gente.
Limpa tudo, 
troca os móveis de lugar, 
abre as janelas.
Não adiantava.
O cheiro estava dentro dela.
Talvez fosse reflexo da negação,
"Não posso deixar entrar o coração, que entre o cheiro."