terça-feira, 24 de junho de 2014

Encontro

Sentindo na pele a falta de amor próprio,
Garantindo dias perdidos, de decisões esquecidas.
Na inocência do desespero, na ilusão da carência.
Num passo entre o que julgava certo, e o alheio sem sentido.
Visitei o silêncio forçado, morei na solidão dos vigiados.
Ciente de ilusões garantidas, contadas aos quatro cantos pra tentar me encontrar no irreal.

Eu me perdi dos que me encontraram na felicidade da perdição,
Esquivei-me sem penar de casos marcados por sorrisos temporários.
Ainda assustada com a garantia de amor puro, resolvi abrir os olhos.
Lamentando apenas pelo outro,
Auto acusação de abandono, alto apontamento de dedos.
Peco pela escolha de querer me desfazer do incerto?

Reencontrando o querer escancarado.
Goles de gratidão e acolhimento.
Sem pensar nas costas que irei perder de vista.
Passo pro fim das ilusões próprias contadas.
Agora é lúcido, meu, certo e real.



terça-feira, 3 de junho de 2014

Medos da Alma

Entre passos milimetricamente traçados,
Segundos contados,
Trajetos medidos,
Eu, deslocada.

Te chamo pro meu mundo,
Abro a porta do inseguro infinito do meu ser.

Você senta na entrada e me olha com aquele sorriso tímido.
A voz rouca me conta os medos,
Diz que ser estranho é normal,
Que vai dar um passo a frente e dez pra trás.
Repete tudo aquilo, pra deixar claro o quanto você se basta,
E que seu mundo te transborda.
Que você tem prioridades que ainda nem descobriu quais são,
Mas que vai inventá-las só pra que eu não me iluda a cada sorriso seu.
Que todas essas afinidades são coisas do acaso,
E eu faço parte das pessoas ótimas que você teve a sorte de esbarrar por aí.

Eu já ouvi isso tudo antes.

Enquanto você repete, eu lembro das tantas risadas daquela noite.
É a cena que sempre me vem a cabeça ao pensar que,
a distância do corpo é tão irrelevante, quando lidamos com medos da alma.