sexta-feira, 18 de maio de 2012

Limitando-se


Percebi que revelo minhas verdades quando as limito à mim.

Tem gente que é especial demais pra fazer parte da minha realidade, preferia que tivesse ficado naquele canto do peito em que guardo o irreal, o “surreal”.

É uma tristeza quando percebemos que face a face sonhos são "des-cobertos".

Tiramos a coberta do outro com todo o despeito daquela falsa intimidade que a distância transmite e achamos que com isso mergulharemos naquele bálsamo infinito que sentimos anteriormente, mas ele não existe.

De perto ninguém é normal?

Engano. De perto percebemos que somos normais demais pros anseios de loucura do outro.

Não chegue perto demais, a distância protege as pessoas do seu “normal assustador”.

O sincero real de nós limita o próximo, afasta e faz a doce euforia da distância amargar.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Folia Passageira

A felicidade por reencontros, fez o encontro ainda melhor...
Não existem mais confetes e serpentinas, os tempos mudaram amor.
É tudo passageiro
e de passagem comprada pro leve eu fui,
eu sempre vou.
Voo, na leveza daqueles olhos calmos,
fala mansa, beijo fácil.
Viciante.
O difícil foi convencer a razão,
que a emoção não a compreendia.
Mas, eu consegui.
E o que ficou?
Manhãs e tardes de lembranças reais, 
Presença certa, futuro incerto...

Perdoar...

Será que há limite para perdoarmos alguém?


Não sei quantas vezes já perdoei,
o orgulho tem vida útil limitada dentro de mim.
Bastam apenas alguns olhares doces, palavras bem colocadas e pronto,
mal me lembro o motivo da mágoa.
Porém, quando isso se repete, parece que algo muda,
Uma ferida se instala.
Ouço dizerem:
"Pra tudo há um limite!"
E me convenço de que para o perdão também,
Não que não haja mais perdão,
A diferença é o prazer em perdoar da primeira vez,
e na reincidência, manter a ferida aberta.
Mas ainda assim, penso que vale sempre a pena pedir perdão,
tenho a sensação, que o pedido de perdão é o curativo mais eficaz,
pois mesmo que a cicatriz seja eterna, parar de sangrar já faz muita diferença.


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Intensidade

A face atraente e sedutora, me fez mudar minha postura de sempre, observadora.

Hesitei, mas o encantamento se fez mais forte e falei,

Deu pra sentir a leveza da alma nas primeiras palavras.

Um sentimento estranho, nunca sentido antes me consumia,

Tudo intenso como os olhos nas fotos.

Me pus a falar, falar incontidamente em resposta ao silêncio tímido.

O dia sem respostas e a angústia surgia,

A noite, um presente de boa noite.

Nada comparado ao presente de ouvir sua voz,

Firme, porém, encantadoramente doce.

Eu tímida, tremia pensando no que dizer,

Nada.

Pensei, se foi, depois do fiasco!

Eis que a noite, chega a esperança,

Acompanhada de palavras apaixonantes,

E o medo me faz indagar:

_ E defeitos, não existirão?

Não, se realmente for o anjo prometido a mim.


(escrito em 16/08/2010)

terça-feira, 8 de maio de 2012

Há hora pra dizer?


Enquanto ela guardava, lá no fundo, todos aqueles goles de incertezas recentes, ele apareceu...

Ela foi atrás do encantamento pelos acordes, a única pretensão era ouvir o que até ali era somente lido.
A surpresa foi instantâneamente, tocar cada som, sentir cada palavra, nada com quem sabe a hora e o lugar pra dizer as coisas, mas...

Há hora pra dizer? O que pode te custar?

Não cabiam contestações ou dúvidas sobre o que era dito, não havia nem tempo pra isso.
E ela chegou a pensar que a intensidade tão esperada havia chegado.
A rapidez com que tudo acontecia podia ter os levado a inúmeros fins, mas não levou a nenhum...

Manoel de Barros disse: "...Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."

Então ela preferiu pensar que, não importa se houve coerência, há importância!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Contando Ilusões


Eu não passo pela vida fazendo contagem...

Mas coincidências demais me fazem perceber, que numa fase de ilusões sentidas, o número de verdades concretas são nulas...

Não culpo quem passa pela minha " linha do tempo aberta " por isso. Eles não entenderiam mesmo, o tamanho da minha necessidade de "divisão do eu". A ilusão é somente minha, e de todos aqueles pensamentos infundados, sonhados enquanto o sono não vem.

Enquanto o limite me rodeia, eu faço questão de nunca me apresentar, corro e trato logo de me prender a próxima ilusão limitada à mim.