quinta-feira, 10 de março de 2016

Paciência?

A paciência não é verdadeira.
Ela mente. O tempo todo.
Engole o presente pra satisfazer o futuro.
A espera agonia.
Finge de novo.
A incompreensão irrita.
Mente.
Goles de opinião. Eca.
Fecha o nariz e os olhos, e toma.
Sem fazer cara feia. Pode incomodar.
Incomode-se.
Mas a eles, não.
Não fale assim.
Sinceridade não pode.
Aceite.
Sempre sorrindo.
Se questionado?
Responda o bonito.
Sinceridade não pode. Não esqueça.
A paciência?
Ela existe.
Mesmo que não seja íntima.
É finda.


terça-feira, 15 de julho de 2014

Minha Graça

Primeiro dia de copa do mundo,
O mundo voltado pro campo e eu pro seus olhos.
Me embriago de não ser, pra evitar novamente o estrago.
Me escondo acerca do não querer.
Não por muito tempo.
Quem recebe coração nunca consegue ser muito tempo razão.
Fiz de mim espectadora do seu show,
Encantada e encantadora.
Foi fácil abrir o peito diante desse sorriso aberto.
Difícil foi encontrar passado escuro em tanto presente claro.
Mas eu não sou de fincar medos em obstáculos,
E ainda tenho a sorte e a verdade a meu favor.

Me abraça como se amanhã não tivéssemos que despertar.
Semelhanças por todo lado.
Eu sou você ao contrário.
Do mesmo tamanho, nos gritam o mesmo chamado.
Atendemos pela mesma graça, à de sermos diferentes.
O querer nos faz o tempo todo presente.
A segurança me olha nos olhos, me carrega pelas mãos contempladas.
Estamos aqui pra nós, e só nós podemos continuar.
E iremos.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Encontro

Sentindo na pele a falta de amor próprio,
Garantindo dias perdidos, de decisões esquecidas.
Na inocência do desespero, na ilusão da carência.
Num passo entre o que julgava certo, e o alheio sem sentido.
Visitei o silêncio forçado, morei na solidão dos vigiados.
Ciente de ilusões garantidas, contadas aos quatro cantos pra tentar me encontrar no irreal.

Eu me perdi dos que me encontraram na felicidade da perdição,
Esquivei-me sem penar de casos marcados por sorrisos temporários.
Ainda assustada com a garantia de amor puro, resolvi abrir os olhos.
Lamentando apenas pelo outro,
Auto acusação de abandono, alto apontamento de dedos.
Peco pela escolha de querer me desfazer do incerto?

Reencontrando o querer escancarado.
Goles de gratidão e acolhimento.
Sem pensar nas costas que irei perder de vista.
Passo pro fim das ilusões próprias contadas.
Agora é lúcido, meu, certo e real.



terça-feira, 3 de junho de 2014

Medos da Alma

Entre passos milimetricamente traçados,
Segundos contados,
Trajetos medidos,
Eu, deslocada.

Te chamo pro meu mundo,
Abro a porta do inseguro infinito do meu ser.

Você senta na entrada e me olha com aquele sorriso tímido.
A voz rouca me conta os medos,
Diz que ser estranho é normal,
Que vai dar um passo a frente e dez pra trás.
Repete tudo aquilo, pra deixar claro o quanto você se basta,
E que seu mundo te transborda.
Que você tem prioridades que ainda nem descobriu quais são,
Mas que vai inventá-las só pra que eu não me iluda a cada sorriso seu.
Que todas essas afinidades são coisas do acaso,
E eu faço parte das pessoas ótimas que você teve a sorte de esbarrar por aí.

Eu já ouvi isso tudo antes.

Enquanto você repete, eu lembro das tantas risadas daquela noite.
É a cena que sempre me vem a cabeça ao pensar que,
a distância do corpo é tão irrelevante, quando lidamos com medos da alma.


segunda-feira, 24 de março de 2014

Passou

Meu travesseiro
O Eric
A vista da janela do meu quarto
O cheiro do café, da chuva, de roupa limpa.
O primeiro banho do dia
A simpatia do porteiro
O husky siberiano da vizinha que me olha nos olhos sempre.
O restaurante japonês a 5 minutos da minha casa.
O abraço do Tobby sempre na porta, antes de todos.
As fotos que recebo do Luiz.
O "Eu te amo profundamente" sempre no final das mensagens da minha mãe.
Os paninhos de presente da Vó.
O desdém mais fingido do mundo da Irmã.
As mensagens de bom dia da Alminha.
As de saudade da Lolla.
As músicas que a Pat me manda.
As broncas da Nana que tanto me ensinam.
As conversas intermináveis regadas pelo álcool com o Mariola.
A Nani que sempre se lembra de mim, e sempre me lembra de Deus.
O contato com o Vi que poderia ter terminado na quarta de cinzas, mas há 2 anos é quase diário.
Meu Hantaro. <3
As conversas sempre "cabeças" e profundas com a Mari que terminam sempre em gargalhadas.
A companhia diária da Ray que deixa os dias mais leves. "Garota"
A gargalhada deliciosa da Rê.
A Maíra, seu brilho nos olhos e a nossa amizade de infância após algumas horas de conversa.
Minha madrinha, o tom de voz mais doce do mundo, sua vontade de agradar pelo estômago e arrasar nisso.
Meu padrinho, sua força, e seus lindos olhos azuis que me emocionam sempre.

Eu teria mais milhões de motivos, de razões de felicidade como essas pra me perguntar, como ainda assim você foi motivo de choro pra mim?

Passou.












Bloco do reencontro

Tuuummm
Uma leve dor na cabeça,
mais forte nas têmporas.
Uma pressão dois dedos abaixo da garganta.
No mesmo local, batimentos intensos, a mão segura como se fosse ajudar,
a nuca esquenta, a cabeça abaixa.
O dedos esfregam os olhos.
No estômago o vazio, o ardor.
A respiração se prolonga ao máximo.
Os olhos se fecham.

A vida poderia ter protelado esse encontro pra me ajudar.
Nos vimos fantasiadas.
Eu de sinto muito, você de não sentir.

[05/03/2015]

quinta-feira, 20 de março de 2014

Tirando as nuvens

Chegou assim, com todas as verdades expostas. Num clarão de realidade, força e coragem pra continuar. Tirando as nuvens, abrindo o tempo. Talvez seja leve demais pra quem agora é só peso. A juventude escancarada assusta e encanta. A clareza das idéias espanta, a da pele seduz. Chamego, cheiro, pele. Atraso na hora do fim. Realidades opostas, caminhos distintos. Corações com ponteiros que marcam horas erradas. Independente do medo. O lado esquerdo do sofá e o cafuné estarão sempre aqui.